sábado, 23 de outubro de 2010

Comprou, estourou, trocou

Máriocomprou um par de tênis e, depois de alguns dias de uso, o calçado estourou na sola. Ele achou que era coisa de azar, a mãe achou que o menino destruía tudo mesmo. Não era nem uma coisa, nem outra. O tênis estava com defeito, mal colado. O que fazer? Clara disse que o sapateiro talvez pudesse colar de novo. Pedro achou que Mário devia jogar logo no lixo e pedir para a mãe comprar outro melhor. Joana lembrou que a tia dela tinha ido à loja para trocar um liquidificador novo que não funcionava. E trocou.

Mário: É, mas liquidificador é uma coisa de casa. E essa porcaria de tênis estourado?
Joana: Não sei. Mas você pode ir até a loja e perguntar, não é?
Pedro: Xi, lá vem encrenca!
Clara: A gente não é adulto, mas também tem direitos. Foi o que a
professora de português falou. Olha, a gente tem o direito de ir à
escola, de ser bem tratada...
Mário: ... de brincar, de ter segurança.
Pedro: De comer também.
Clara: Também, Pedro. Esse é o direito de que você mais gosta, não é?
Mário: Espera aí, como é que eu vou brincar com esse tênis?
Clara: Vamos até a loja com você, para reclamar.
A turma decide ir à loja. O vendedor olha meio desconfiado, pede a
nota. Que nota? A nota fiscal, o papelzinho que estava junto com a
embalagem. Vão todos até a casa do Mário, procuram que procuram,
e finalmente encontram a nota: a mãe dele havia guardado só para
mostrar para o pai o absurdo do preço. Voltam todos para a loja e
Mário troca o par de tênis por outro igual.

Por Carla Raquel Hachmann

Nenhum comentário:

Postar um comentário